sábado, 21 de fevereiro de 2009

APRESENTANDO A CORRENTE PROTESTANTE ORTODOXA




A palavra corrente tem várias acepções. Há a que evoca elos de aço ou de outro material rígido usado para prender objetos menores aos maiores, móveis aos imóveis, fracos aos fortes. Nesse sentido existem correntes a amarrar pessoas ou outros semoventes subjugando-lhes a liberdade.

É terrivel a imagem de correntes prendendo aos punhos ou tornozelos individuos, como se fossem parte de seus próprios corpos, a indicar a realidade do cativeiro ou escravidão. É da mesma forma chocante as pesadas, rudes e ásperas amarras que prendem sentenciados pela justiça movidos de um local a outro de prisão tendo que arrastar correntes da vergonha pelo delito que se pratica.

Não é nesse sentido que empregamos o termo corrente, em Corrente Protestante Ortodoxa - CPO. Fazemo-lo no sentido histórico, mas este está mais para o sentido que se emprega para indicar movimento inicial, seguido de fluxo, ao sabor da vida que se expressa pelo suave bafejar de ar que provoca tênues golfadas de vento, que assopram cabelos, refrescam faces, prenunciam mudanças no tempo. Vai o tempo seco, segue a chuva. Muitas vezes, por certo, o vento não prenuncia nada, exceto a sua presença, o que, aliás, faz toda diferença.

De qualquer sorte há uma voz no ar, no vento, a ser percebida, a nos comunicar que não há nada, no tempo ou no espaço, ainda que tão sufocante ou insuportável, que seja permanente e imóvel, pois "o vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim, é todo aquele que é nascido do espírito". (Jo 3:8)

Pode soar estranho a muita gente que o vento possa ser como que canalizado, e aqui não me refiro aos canais mais estreitos, mas aos que têm as dimensões do próprio volume do ar em movimento, às correntes, às raias ou aos caminhos. Então há um movimento ordenado dos ventos? Creio. E ao crer, posso afirmar que sim, e por incrivel que pareça à mente moderna tão acostumada ao dogma do caos e do acaso universais reinentes.

Mas ao que me refiro não te trata de vento qualquer.

Há por certo ventos e movimentos "menores" ainda irresolutos, errantes. Ventos vagabundos, que parecem "soprar onde quer" mas que em verdade voam sem propósito algum. Isso existe. Mas esses ventos são como que domados pelas correntes que impõem determinada ordem em meio aos mais diversos caos. É o que creio. É o que tem comprovado a minha experiência. Digo-o aos mais jovens: nisso vocês podem crer! Acreditem na ordem e na decência que galopam a garupa do cavalo do Espírito!

Vejam os ventos atmosféricos lá de cima, determinam ou impõem ordem aos ventos cá embaixo. Vejam os ventos incautos e desordenados arrogantes e impávidos ao nascer e vejam em seguida perdendo potencialidade de virar redemoinhos, ventanias, tornados e furacões. Oh, qualquer sopro provocado por um calor a mais, devido a qualquer combustão, poderiam causar desastres se entregues aos seus próprios ânimos e empáfia. Parece que qualquer sopro poderia redundar em furacão não fosse o predominio das correntes de ar atmosféricas. Correntes, aliás, que ao seu arrefecimento provocam até calmarias enfadonhas, tristes, modorrentas... animadas de novo por novas correntes de renovação que em movimento levam e trazem odores que enriquecem a vida, que dão alento às velas que movem de novo as naus de todos os tamanhos.

Correntes como essas nas superficies dos mares, causam correntes submersas correntes de água de um mar em constante movimento. Canais de vida que levam toda a tralha e trazem a renovação. Que conhecem ilhas e praias e plagas jamais vistas e alcançadas.

Dessa imagem pitoresca trazemos para a visão dos vasos sanguineos a indicar correntes também. Correntes de vida, de transformação, de purificação, de ativação de emoções, de alegria e que fazem funcionar a vida cerebral da sede da alma que funde e confunde cabeça e coração.

Dai que provém a idéia das várias correntes de pensamento. E pensando em correntes de pensamento, por que pensaríamos mais em aprisionantes correntes de aço e menos em movimentos, canalizações, transmissões, dissapações, emanações de fé, de amor, de sentimento, de louvor, de puras intenções e de anseios?

Nâo proponho ser qualquer porta-voz oficial de uma corrente de pensamento, mas tão-somente mais um representante que gostaria mesmo de ter alguma voz e vez no seu coração que compartilha dessa corrente ou com ela gostaria de corresponder.

Disse corrente histórica. A história é saga das correntes de pensamento politico, religioso, economico, social, cientifico. Aliar-se a essa corrente protestante histórica representa deixar ser levado pela que foi seguida e sugerido por Lutero. Nesses tempos de twitter é bom refletir que Lutero foi seguidor tanto quanto foi seguido por seus seguidores. Dentre estes podemos citar Calvino. Destes dois segue uma pleiade enorme de seguidores e guias Melanchton, Knox e por ai vai...

E o que diremos de ortodoxa. Vivemos em dias de desagregação e confusão. Ousamos a afirmar que não pretendemos abandonar o padrão de doutrina e de prática sustentada e vivida pelos nossos antepassados. Somente isso.

Não se confunda esse nosso compromisso com o padrão com a indisposição para a contextualização e assimilação das descobertas das verdades absconsas por tradições antigas, ainda que isso represente uma análise profundamente critica de tudo o que leva consigo o prefixo "neo". Definitivamente, não é por que é neo, novo, que será certo ou conveniente. Arriscamos dizer ainda que temerariamente que não existe neo-ortodoxia. Ou é não é ortodoxia. E ortodoxia é conforme foi no inicio e seguiu sendo e sempre será.

Dai dizermos que a ortodoxia não é visão literal particular ou de grupos, isso é fundamentalismo, na verdadeira acepção desse termo. Ortodoxia é a conformidade com os padrões confessionais protestantes que abraçam desdes os 39 Artigos de Fé anglicanos, às várias confissões reformadas e às luteranas em conexão com os credos e confissões dos concílios antigos.

Essa se compromete com os cinco sola: Sola Escriptura, Solo Christus, Sola Gratia, Sola Fide e Solo Deo Glória.

Bem vindo, à sua e a todos nós Corrente Protestante Ortodoxa.